Em defesa da "placa da igreja" ou porque amo a minha denominação.
É comum ouvir que devemos defender mais a causa do Reino do que placa da igreja. Há um pouco de verdade nisto, porém há uma armadilha. É óbvio que o Reino de Deus é maior que qualquer denominação. Qualquer cristão sensato saberá disto. Também é verdade que no início do cristianismo as igrejas não tinham nomes denominacionais, e, somente no séc. 17 as ênfases doutrinárias fizeram surgir as igrejas luterana, reformada, anglicana e posteriormente as presbiterianas, batistas e congregacionais. O que fez aqueles irmãos defenderem suas confissões denominacionais foi um profundo zelo e amor às Escrituras. Ainda que a fatídica reunião de Marburgo entre Lutero e Zuínglio não tenha terminado em união, devemos reconhecer que a doutrina da Ceia do Senhor não foi deixada de lado em prol de uma comunhão.
Esse é exatamente o problema dos que hoje advogam igrejas sem placa: eles desvalorizam as doutrinas bíblicas. Uma igreja sem placa é uma igreja sem confissão, portanto, uma igreja sem doutrina. Uma igreja sem doutrina não será outra coisa senão um aglomerado de pessoas reunidas por terem concordâncias em outras áreas. Talvez seja porque gostam da música, talvez porque gostam dos eventos, talvez porque gostam das pessoas, mas qualquer um destes motivos redundará mais em um clube do que uma igreja. A Igreja Presbiteriana do Brasil, que confessa as bíblicas doutrinas da tradição reformada, tem uma identidade histórica e doutrinárias muito bem fundamentada. Uma igreja presbiteriana, ligada a IPB, que não se identifique com as doutrinas reformadas, não deveria defender uma igreja sem placa ou omitir de seus membros os ensinos doutrinários, mas procurar vincular-se a outra tradição, afinal, mesmo os “desplacados” defendem alguma coisa, implícita ou explicitamente.
Por fim, só tenho a lamentar porque alguns destes movimentos anti-doutrinários e anti-confessionais têm ganhado força em igrejas presbiterianas. São igrejas que não usam o nome de presbiterianas, não ensinam doutrinas bíblicas, e tem liturgias que se assemelham mais a um bar ou clube do que uma igreja. Então, voltamos ao ponto. O grande problema das igrejas “sem placa” é que não são igrejas, mas clubes.
Por: Ronaldo Vasconcelos
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