Por John MacArthur Jr
Nadabe e Abiú não eram xamãs ou vendedores de óleo de cobra que se infiltraram no acampamento dos israelitas a fim de difundir as superstições dos cananeus entre as pessoas. Eles eram, em todas as coisas, aparentemente justos, homens respeitáveis e líderes espirituais piedosos. Eles eram sacerdotes do Deus único e verdadeiro, e não eram levitas de segunda classe. Nadabe era o herdeiro natural ao cargo de sumo sacerdote, e Abiú era o próximo na fila depois dele. Eles eram os filhos mais velhos de Arão. Moisés era tio deles. Seus nomes encabeçam a lista dos “nobres dos filhos de Israel” (Êxodo 24:11). Além de Arão, eles são os únicos apontados pelo nome na primeira vez em que as Escrituras mencionam “setenta anciãos de Israel”, o grupo de líderes que compartilhou a supervisão espiritual da nação hebraica (Números 11:16-24). As Escrituras não os apresentam como figuras sinistras ou homens notoriamente maus — muito pelo contrário.
Estes dois irmãos, juntamente com os outros setenta anciãos, receberam, no Sinai, o privilégio de subir parcialmente o monte e ver à distância como Deus conversava com Moisés (Êxodo 24:9-10). O povo de Israel tinha sido instruído a ficar ao pé do monte e a ter “cuidado de não subir ao monte e não tocar na sua base” (Êxodo 19:12). Enquanto Deus estava ali, falando com Moisés, se até mesmo um animal perdido se dirigisse para a base do Sinai deveria ser apedrejado ou morto a flechadas (v. 13). Na base do monte, todos os cidadãos israelitas podiam ver a fumaça e os relâmpagos. Mas Nadabe e Abiú foram explicitamente chamados pelo próprio Senhor, que os convidou a subir e a trazer os demais anciãos. E “eles viram a Deus, e depois comeram e beberam” (Êxodo 24:11).
Em outras palavras, Nadabe e Abiú estiveram mais perto de Deus do que provavelmente qualquer outra pessoa. A nenhum outro israelita, exceto ao próprio Moisés, fora dado um privilégio tão grande. Estes homens certamente pareciam ser piedosos, líderes espirituais confiáveis e servos fiéis de Deus — pessoas de renome. Sem dúvida, praticamente todos em Israel os tinham em alta estima. E, sem dúvida, todos em Israel ficaram perplexos quando Deus subitamente atingiu Nadabe e Abiú, matando-os com uma rajada de fogo sagrado. Isto ocorreu, aparentemente, no primeiro dia de serviço no tabernáculo.
Arão e seus filhos foram ungidos em uma cerimônia que durou sete dias, quando a construção do tabernáculo foi concluída. No oitavo dia (Levítico 9:1), Arão apresentou a primeira oferta pelo pecado já feita no tabernáculo, e a cerimônia foi pontuada com um milagre: “Saiu fogo da presença do SENHOR e consumiu o holocausto e as porções de gordura sobre o altar. E, quando todo o povo viu isso, gritou de alegria e prostrou-se com o rosto em terra” (Levítico 9:24). Moisés relata o que aconteceu a seguir: “Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR. E falou Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim a serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou. (Levítico 10:1-3; Almeida Revista e Atualizada)
O mais provável é que Nadabe e Abiú pegaram o fogo de alguma outra fonte que não era o altar de bronze e o usou para acender seus incensários. Lembre que o próprio Deus incendiou o altar com fogo do céu. Aparentemente Nadabe e Abiú tinham enchido seus incensários com fogo feito por eles, ou brasas de alguma fogueira no acampamento de Israel. A real origem de onde eles obtiveram o fogo não é mencionada, e isso também não é importante. A questão é que eles usaram outra coisa que não era o fogo que o próprio Deus acendera.
A ofensa deles pode parecer insignificante para alguém acostumado a esse tipo de negligência, à adoração auto-indulgente pela qual a nossa geração é conhecida. Eles também podem ter bebido, e talvez tenham se embriagado o suficiente para se equivocarem (Levítico 10:9 parece sugerir que este foi o caso). Ainda assim, o que a Bíblia condena expressamente é o “fogo estranho” que foi oferecido. O cerne do pecado foi aproximarem-se de Deus de forma descuidada, arrogante, inadequada, sem a reverência que ele merecia. Eles não o trataram como santo nem exaltaram o seu nome diante do povo. A resposta do Senhor foi rápida e mortal. O “fogo estranho” de Nadabe e Abiú acendeu o fogo inextinguível do juízo divino contra eles, e foram incinerados no local.
Este é um relato preocupante e assustador, e tem implicações óbvias para a Igreja contemporânea. É evidente que é um pecado grave desonrar o Senhor, tratá-lo com desprezo ou aproximar-se dele de uma maneira que ele despreze. Aqueles que adoram a Deus devem fazê-lo da maneira que ele exige em Sua palavra, tratando o como santo. O Espírito Santo — a gloriosa terceira pessoa da Trindade — não é menor do que o Deus Pai ou o Deus Filho. Assim, desonrá-lo é desonrar o próprio Deus. Insultar o Espírito é tomar o nome de Deus em vão. Afirmar que é ele quem autoriza a adoração obstinada, caprichosa e antibíblica é tratar Deus com desprezo. Transformar o Santo Espírito em um espetáculo é adorar a Deus de uma maneira que o desagrada. É por isso que muitas atitudes irreverentes e doutrinas distorcidas trazidas para a Igreja pelo movimento carismático hodiemo são iguais ao fogo estranho de Nadabe e Abiú, ou até mesmo pior. Elas são uma afronta ao Espírito Santo e, portanto, ao próprio Deus — o que é motivo para julgamento severo (cf. Hebreus 10:31).
Citações do livro Fogo Estranho de John MacArthur Jr
Nadabe e Abiú não eram xamãs ou vendedores de óleo de cobra que se infiltraram no acampamento dos israelitas a fim de difundir as superstições dos cananeus entre as pessoas. Eles eram, em todas as coisas, aparentemente justos, homens respeitáveis e líderes espirituais piedosos. Eles eram sacerdotes do Deus único e verdadeiro, e não eram levitas de segunda classe. Nadabe era o herdeiro natural ao cargo de sumo sacerdote, e Abiú era o próximo na fila depois dele. Eles eram os filhos mais velhos de Arão. Moisés era tio deles. Seus nomes encabeçam a lista dos “nobres dos filhos de Israel” (Êxodo 24:11). Além de Arão, eles são os únicos apontados pelo nome na primeira vez em que as Escrituras mencionam “setenta anciãos de Israel”, o grupo de líderes que compartilhou a supervisão espiritual da nação hebraica (Números 11:16-24). As Escrituras não os apresentam como figuras sinistras ou homens notoriamente maus — muito pelo contrário.
Estes dois irmãos, juntamente com os outros setenta anciãos, receberam, no Sinai, o privilégio de subir parcialmente o monte e ver à distância como Deus conversava com Moisés (Êxodo 24:9-10). O povo de Israel tinha sido instruído a ficar ao pé do monte e a ter “cuidado de não subir ao monte e não tocar na sua base” (Êxodo 19:12). Enquanto Deus estava ali, falando com Moisés, se até mesmo um animal perdido se dirigisse para a base do Sinai deveria ser apedrejado ou morto a flechadas (v. 13). Na base do monte, todos os cidadãos israelitas podiam ver a fumaça e os relâmpagos. Mas Nadabe e Abiú foram explicitamente chamados pelo próprio Senhor, que os convidou a subir e a trazer os demais anciãos. E “eles viram a Deus, e depois comeram e beberam” (Êxodo 24:11).
Em outras palavras, Nadabe e Abiú estiveram mais perto de Deus do que provavelmente qualquer outra pessoa. A nenhum outro israelita, exceto ao próprio Moisés, fora dado um privilégio tão grande. Estes homens certamente pareciam ser piedosos, líderes espirituais confiáveis e servos fiéis de Deus — pessoas de renome. Sem dúvida, praticamente todos em Israel os tinham em alta estima. E, sem dúvida, todos em Israel ficaram perplexos quando Deus subitamente atingiu Nadabe e Abiú, matando-os com uma rajada de fogo sagrado. Isto ocorreu, aparentemente, no primeiro dia de serviço no tabernáculo.
Arão e seus filhos foram ungidos em uma cerimônia que durou sete dias, quando a construção do tabernáculo foi concluída. No oitavo dia (Levítico 9:1), Arão apresentou a primeira oferta pelo pecado já feita no tabernáculo, e a cerimônia foi pontuada com um milagre: “Saiu fogo da presença do SENHOR e consumiu o holocausto e as porções de gordura sobre o altar. E, quando todo o povo viu isso, gritou de alegria e prostrou-se com o rosto em terra” (Levítico 9:24). Moisés relata o que aconteceu a seguir: “Nadabe e Abiú, filhos de Arão, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e sobre este, incenso, e trouxeram fogo estranho perante a face do SENHOR, o que lhes não ordenara. Então, saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR. E falou Moisés a Arão: Isto é o que o SENHOR disse: Mostrarei a minha santidade naqueles que se cheguem a mim a serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão se calou. (Levítico 10:1-3; Almeida Revista e Atualizada)
O mais provável é que Nadabe e Abiú pegaram o fogo de alguma outra fonte que não era o altar de bronze e o usou para acender seus incensários. Lembre que o próprio Deus incendiou o altar com fogo do céu. Aparentemente Nadabe e Abiú tinham enchido seus incensários com fogo feito por eles, ou brasas de alguma fogueira no acampamento de Israel. A real origem de onde eles obtiveram o fogo não é mencionada, e isso também não é importante. A questão é que eles usaram outra coisa que não era o fogo que o próprio Deus acendera.
A ofensa deles pode parecer insignificante para alguém acostumado a esse tipo de negligência, à adoração auto-indulgente pela qual a nossa geração é conhecida. Eles também podem ter bebido, e talvez tenham se embriagado o suficiente para se equivocarem (Levítico 10:9 parece sugerir que este foi o caso). Ainda assim, o que a Bíblia condena expressamente é o “fogo estranho” que foi oferecido. O cerne do pecado foi aproximarem-se de Deus de forma descuidada, arrogante, inadequada, sem a reverência que ele merecia. Eles não o trataram como santo nem exaltaram o seu nome diante do povo. A resposta do Senhor foi rápida e mortal. O “fogo estranho” de Nadabe e Abiú acendeu o fogo inextinguível do juízo divino contra eles, e foram incinerados no local.
Este é um relato preocupante e assustador, e tem implicações óbvias para a Igreja contemporânea. É evidente que é um pecado grave desonrar o Senhor, tratá-lo com desprezo ou aproximar-se dele de uma maneira que ele despreze. Aqueles que adoram a Deus devem fazê-lo da maneira que ele exige em Sua palavra, tratando o como santo. O Espírito Santo — a gloriosa terceira pessoa da Trindade — não é menor do que o Deus Pai ou o Deus Filho. Assim, desonrá-lo é desonrar o próprio Deus. Insultar o Espírito é tomar o nome de Deus em vão. Afirmar que é ele quem autoriza a adoração obstinada, caprichosa e antibíblica é tratar Deus com desprezo. Transformar o Santo Espírito em um espetáculo é adorar a Deus de uma maneira que o desagrada. É por isso que muitas atitudes irreverentes e doutrinas distorcidas trazidas para a Igreja pelo movimento carismático hodiemo são iguais ao fogo estranho de Nadabe e Abiú, ou até mesmo pior. Elas são uma afronta ao Espírito Santo e, portanto, ao próprio Deus — o que é motivo para julgamento severo (cf. Hebreus 10:31).
Citações do livro Fogo Estranho de John MacArthur Jr
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