Precisamos de certo equilíbrio nessa questão para avaliar se realmente as palavras têm poder e que tipo de poder é esse que elas têm. Sabemos que as palavras que saem da nossa boca não têm nenhum poder sobrenatural de realizar nada, pois, caso tivessem, poderíamos, por exemplo, começar a dizer agora mesmo para a violência acabar, para as guerras deixarem de existir, para as doenças serem curadas, etc. Resolveríamos todos os problemas do mundo, não é verdade? Sabemos que não temos esse poder através de simplesmente mencionar palavras.
Ao mesmo tempo, podemos notar que as palavras têm poder de trazer consequências boas ou ruins dependendo da forma com que são mencionadas. Por exemplo, um pai que somente critica o filho poderá prejudicar a confiança do filho e trazer tristeza ao coração dele. Um marido que nunca elogia sua esposa, antes, só a menospreza com palavras, poderá trazer problemas ao seu casamento. Alguém que usa as palavras de forma ríspida arrumará muitas brigas. Uma pessoa que é acostumada a usar palavrões pode magoar alguém.
O fato de fazer um comentário com seu amigo sobre o comportamento ruim de seu filho não trará nenhum mal “sobrenatural” ao seu filho. As palavras não têm poder de fazer isso. Isso é besteira. É dar um poder que a palavra não tem. Será que se fosse o contrário, você ficar somente falando para seu amigo (mentindo) que seu filho é muito bom, que sempre faz a lição, que não dá nenhum trabalho, fará com que seu filho tenha todas estas qualidades? Evidente que não! Para ele ser assim seu trabalho será muito maior do que dizer apenas algumas palavras positivas.
A bíblia nos orienta da seguinte forma: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem.” (Ef 4:29). Também diz que nossas palavras devem ser equilibradas e sensatas: “Tenham uma conversa agradável e sensata, pois assim vocês terão a resposta certa para todo o mundo”. (Cl 4:6 – Bíblia Viva). E traz outras diversas orientações sábias para o bom uso das palavras. Por exemplo em Pv 12:6; Pv 14:23; Pv 15:23; Pv 24:26.
Em Provérbios 18.7, encontramos tal declaração: “A boca do tolo é a sua própria destruição”, ou seja, não que as palavras que saem de nossas bocas sejam maldições, mas por falar demais ou em horas inapropriadas, poderei acarretar vários problemas e destruições que poderiam ser evitadas. No Novo Testamento o ensino sobre a língua e as palavras que proferimos se encontra em algumas passagens dentre elas (Tiago 3.1-12).
Onde apresenta o dever de controlar este membro e também é apresentado o seu poder destrutivo. O poder da língua (VV.3-5), que é comparado ao freio do cavalo, ao leme e ao fogo, mas o ensino ocultista e esotérico que muitos alardeiam de “há poder das palavras”, não encontra apoio em nenhuma passagem das Escrituras. O que existe na verdade, são os efeitos destas palavras sobre as pessoas, nada mais!
Assim, podemos concluir que as palavras têm poder, mas não um poder sobrenatural como alguns insistem em pregar, mas um poder de gerar consequências boas ou ruins dependendo de como são usadas. Atribua o poder sobrenatural não em suas palavras, mas sim a Deus.
Fonte: Vitor Fialho / André Sanches
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