A SOBERANIA DE DEUS E A EVANGELIZAÇÃO
Atos 2:1-13
Por Augustus Nicodemus Lopes
A soberania de Deus na evangelização é incontestável. É ele quem envia o Espírito Santo segundo as circunstâncias que determina; é ele quem desperta uma parte da multidão (At 2:5-12), mas não outra (At 2:13). Entretanto, isso não significa que não tenhamos responsabilidades. Deus é soberano na evangelização, mas é nossa atribuição ir ao mundo, pregar o evangelho a toda criatura e fazer discípulos de todas as nações. A ordem já foi dada uma vez, e não temos de esperar que ela seja repetida. Em caso de dúvida, basta consultar o registro na Palavra de Deus.
Nosso Deus se apraz em usar a pregação do evangelho na conversão de pessoas, na abertura de igrejas e no desbravamento de campos missionários. A pregação, contudo, não pode ser considerada bem-sucedida somente em relação à quantidade de conversões que produziu, aos resultados numéricos. Se a pregação é fiel à Palavra de Deus, sempre será bem-sucedida, pois ele a usa tanto para salvar como para condenar, como Paulo afirma em 2Coríntios 2.15,16: “Porque para Deus somos o bom aroma de Cristo, tanto entre os que estão sendo salvos como entre os que estão perecendo. Para estes, somos cheiros de morte para morte, mas para aqueles, aroma de vida para a vida”.
Deus, às vezes, usa a verdade para trazer juízo e condenação àqueles que em seu coração já rejeitaram essa verdade. Não devemos achar que a palavra dele volta vazia. Ela sempre cumpre o seu propósito. O que quero ressaltar é que, quando se trata de igrejas plantadas, campos missionários desbravados e pessoas convertidas, devemos esperar somente na graça de Deus. Contudo, entre os que acreditam na predestinação e na soberania de Deus para a salvação, existe uma tendência ao comodismo em relação a essa espera na graça. Quando afirmamos e reconhecemos que Deus é totalmente soberano, isso não significa que podemos cruzar os braços e dizer: “Bom, se Deus é quem salva, e ele faz do jeito que quer, não é preciso pregar o evangelho”.
A Escritura é muito clara quando mostra que missões são obra de Deus, que é ele quem converte, transforma e abre portas pela sua providência. Mas isso não significa que devemos negligenciar os meios, os métodos, os recursos, o tempo e a mão de obra que Deus nos deu para pregar o evangelho. As duas coisas andam juntas. Temos de trabalhar cooperação, e o Espírito de Deus, soberanamente, haverá de nos usar.
Aliás, a ação do Espírito Santo na evangelização é algo que não podemos ignorar. Ainda que organização e estratégia sejam fundamentais, sem o Espírito Santo a obra missionária não pode ir muito longe. Existe certa tendência de nossa parte em priorizar questões de organização e metodologia. Elas de fato são importantes, mas, muitas vezes, acabamos deixando em segundo plano a oração e a busca da plenitude do Espírito. Orar e buscar a Deus deveria ser essencial, nossa ocupação primeira.
Abs,
Augustus Nicodemus Lopes
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