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A falta de comunhão tem destruído o culto.


Por Tonny Silva

“Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece na morte” (1 João 3:14).

Desde o Éden Deus revela que o homem não poderia viver sem alguém semelhante a Ele. Alguém que compartilhasse de seus sentimentos, medos, anseios e esperança. A partir daí, Ele decide então buscar no que já havia sido criado, alguém que correspondesse à esses aspectos, mas foi vã a procura, já que nada atendia às expectativas. Foi então que Ele decidiu criar uma auxiliadora para o homem, alguém que o acompanhasse dia-a-dia no serviço ao Senhor.
Desde então o homem não caminha mais só. Formam-se famílias, das famílias formam-se os amigos mais chegados e o planeta passa a ser povoado por inúmeras pessoas que, vão aos poucos formando grupos e comunidades.

Ou seja, o homem não foi feito para caminhar só e através dessa convivência harmoniosa Deus é glorificado por Seu poder.

Enquanto caminhava com Seus discípulos, Cristo também formava uma nova comunidade. A comunidade de cidadãos celestiais, eleitos por Ele para a Salvação que posteriormente se concretizava na Cruz e ressurreição.

Mas esta nova família, iniciada por Jesus deveria embraçar um grande propósito: o de glorificar a Deus, anunciando o Evangelho da Salvação, convidando o pecador ao arrependimento. Mas Cristo sabia o quanto isto se tornaria ofensivo ao ouvinte, a ponto de ele requerer uma prova de que este Evangelho, de fato, é capaz de mudar vidas. E esta evidência foi proposta pelo próprio Jesus. Seria o amor entre aqueles que compartilham desta fé. Para Seus discípulos Cristo disse: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”(João 13:35). E por muito tempo este mandamento foi seguido pela igreja, a ponto de passarem a ter tudo em comum, repartirem o pão entre si e, ao venderem uma posse, repartirem o produto entre todos (Atos 2, 45).

Lamentável que esta prática tenha se definhado ao longo dos anos. O que vemos hoje é uma verdadeira disputa de egos na congregação. Todos os assuntos são motivos de contenda. Quero salientar aqui que não pretendo inferir que a igreja primitiva não tinha problemas parecidos, mas nossos acertos de hoje, em nada se parecem com aquela igreja que nos deixou um legado tão maravilhoso.

A verdade é que o momento de culto tem se tornado em um dos lugares em que o cristão mais comete pecado. Seja ele em silêncio, desejando o mal para seu irmão, desejando que falhe na apresentação do louvor, na pregação da Palavra e afins. Seja cantando canções que em nada representam o que de fato seu coração deseja expressar.

Por vezes fica um “nó entalado na garganta” quando se canta a música “Recebi um novo coração do Pai”. De preferência no refrão:

“Somos corpo, e assim bem ajustado
Totalmente ligados, unidos, vivendo em amor
Uma família sem qualquer falsidade
Vivendo a verdade, expressando a glória do Senhor!”

Esta família, por vezes, em nada tem expressado a glória do Senhor. Pois seu corpo não está bem ajustado, não está totalmente ligado e por consequência, não vive em amor. O que mais impera é a falsidade, a mentira e desonestidade (sem generalizar). Estes membros não são discípulos de Cristo, pois não podem demonstrar isso em amor uns pelos outros. Suas obras mais expressivas na comunidade revelam apenas seus corações soberbos e egocêntricos.
Até suas reuniões são um show de egos, onde as orações são clamores por bênçãos individuais e que em nada edificam o corpo. Não há o que os ligue. Não são membros, pois membros não caminham sós. Um membro só se movimenta se fizer parte do corpo. Fora do corpo ele definha até a morte. E por isto muitos têm morrido entre nós. Ou não são, ou nós não agimos como membros, a ponto de nos ligarmos a estes em amor, para que a Vida de Deus, através de Seus Espírito, flua plenamente em nós, nos dando movimento e nos permitindo o crescimento como Corpo.

Toda esta desgraça, distância dos preceitos do Senhor, fazem do culto um verdadeiro show de horrores, uma fumaça totalmente insuportável a Deus.

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