Na cruz central do Calvário há um corpo, inerte e sem vida. No domingo anterior ninguém poderia imaginar como terminaria aquela sexta-feira, a mais sombria da história. A alegria do domingo de Ramos cederia lugar à tristeza da sexta-feira da paixão. De acordo com as narrativas do evangelhos, a última semana de Jesus foi assim.
DOMINGO – Jesus entrou na cidade de Jerusalém e foi recebido pela multidão que clamou: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor. Bendito o reino que vem, o reino de Davi, nosso pai! Hosana nas maiores alturas! (Mc 11.9-10)
SEGUNDA-FEIRA – Jesus amaldiçoa uma figueira sem fruto. Sua atitude é uma prévia do juízo que viria sobre Jerusalém, a cidade sem frutos. (Mc 11.12-14)
TERÇA-FEIRA – Jesus vai ao templo. A casa de oração para todas as nações havia se tornado um covil de ladrões e salteadores. O Mestre, indignado, derruba a mesa dos cambistas. Os principais sacerdotes e escribas começaram a planejar a morte de Jesus. (Mc 11.15-18)
QUARTA-FEIRA – Jesus conta sua última parábola. Um homem plantou uma vinha, cercou-a de uma sebe, construiu um lagar e edificou uma torre. Ele arrendou a vinha a uns lavradores e se ausentou do país. Enviou os seus servos para receber os frutos da vinha. Todos eles foram maltratados. Então o dono da vinha enviou o seu filho amado, crendo que o respeitariam. Eles o espancaram e, por fim, o mataram (Mc 12.1-12).
QUINTA-FEIRA – Em Betânia, na casa de Simão, o leproso, uma mulher quebra um vaso de alabastro com um preciosíssimo perfume de nardo puro e derramou o bálsamo sobre a cabeça de Jesus. Alguns ficaram indignados e criticaram a mulher pelo suposto desperdício, mas o Mestre disse que ela “antecipou-se a ungir-me para sepultura” (Mc 14.8). Ungido para morrer, ele segue para Jerusalém.
No cenáculo, tudo está preparado para a Páscoa. Jesus lava os pés dos discípulos e todos estão reunidos em torno da mesa. O Senhor ergue um pão e, tendo dado graças, diz: "Tomai, isto é o meu corpo que é partido por vós". Em seguida, ergue o cálice e declara: "Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança derramado em favor de muitos". Eles estavam sendo instruídos e consolados no banquete da graça.
No Getsêmani sua alma entra em agonia. Ele ora ao Pai para que, se possível, passasse dele o cálice da ira. “Minha alma está triste até a morte” (Mc 14.34). O Getsemani foi para Jesus o prelúdio do Calvário. Jesus é preso e levado para casa de Caifás.
SEXTA-FEIRA. Na calada da noite Jesus é interrogado pelo Sinédrio, sob a liderança de Caifás e sob a influência de Anás. Acusado de blasfêmia, eles julgam que o réu merece morrer. Os judeus não querem se comprometer e por isso enviam Jesus a Pilatos para promover um simulacro de julgamento que possibilite a pena de morte que eles já haviam decidido. De manhã bem cedo, Pilatos interroga Jesus e por três vezes afirma: Não vejo nesse homem crime algum (Lc 23.4). Depois de várias manobras para evitar a condenação de Jesus, por covardia, ele entrega Jesus aos soldados e ordena a crucificação.
Às 9h da manhã, Jesus foi crucificado. Às 15h, estava morto. Foram seis horas pendurado no madeiro. Jesus bebeu, até a última gota, o cálice da ira de Deus. "Aquele que não tinha pecado, Deus o fez pecado por nós para que fôssemos feitos justiça de Deus" 2 Co 5.21
SÁBADO. Silêncio.
DOMINGO. A sexta-feira sombria cedeu lugar ao domingo de luz. Eis a boa notícia: “E, muito cedo, no primeiro dia da semana, ao despontar do sol, foram ao túmulo”. Buscais a Jesus, o nazareno, que foi crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui: vede o lugar onde o tinham posto”. Mc 16.2,6
Vamos celebrar a Páscoa, símbolo da nossa redenção. O Cordeiro que foi morto está vivo. Jesus Cristo, crucificado e ressurreto, é o nosso bendito Deus e Salvador.
"Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos" (Credo Apostólico)
Por Judiclay Santos
Fonte: POST TENEBRA LUX
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