Por Augustus Nicodemus Lopes
“Então, responderam a Jeremias todos os homens que sabiam que suas mulheres queimavam incenso a outros deuses e todas as mulheres que se achavam ali em pé, grande multidão, como também todo o povo que habitava na terra do Egito, em Patros, dizendo: quanto à palavra que nos anunciaste em nome do Senhor, não te obedeceremos a ti” (Jer 44:15-17).
Este é um exemplo, entre muitos outros que encontramos na Bíblia, de pessoas que se professam tementes a Deus mas que deixam os laços familiares falarem mais alto do que a verdade. Deus havia ordenado ao profeta Jeremias que exortasse o povo de Judá a se arrepender da sua idolatria, em consequência da qual o castigo de Deus havia caído sobre eles. Em vez de obedecer à palavra de Deus, os homens ficaram do lado de suas mulheres, que eram as primeiras a adorar outros deuses, especialmente a “Rainha dos Céus,” uma deusa pagã à qual elas queimavam incenso e ofereciam bolos e ofertas.
Estes homens não desconheciam a idolatria das suas mulheres. Na verdade, mesmo que eles não fossem adoradores da “Rainha dos Céus,” haviam se tornado cúmplices delas, pois nunca as repreenderam e corrigiram.
Conviveram tranquilamente com o pecado delas, e quando o profeta confrontou suas esposas, eles partiram em defesa delas, preferindo antes agradá-las do que a Deus.
Não resta dúvida de que devemos amar a esposa, o marido, os filhos, pai e mãe. Devemos cuidar deles, honrá-los e defendê-los sempre que necessário. Devemos tomar suas dores e nos tornar companheiros e aliados nos momentos de crise, de dor e sofrimento. Contudo, existe um limite para isto, que é nosso amor à Deus e nosso compromisso com a verdade dele, revelada nas Escrituras.
Quando nossos queridos familiares incorrem em erro, defendê-los a qualquer custo é pecar como os homens de Judá. Nossos filhos, quando erram, precisam ser corrigidos e não protegidos da disciplina e da repreensão. O mesmo quando nossa esposa ou marido cometem erros. Amar os parentes e familiares significa por vezes confrontá-los em amor. Quem ama, corrige. Foi neste sentido que o Senhor Jesus disse aos seus discípulos que deveríamos amá-lo mais do que pai, mãe, esposa e filhos (Mat 10.34-39).
Lembremos que na eternidade os laços familiares desaparecerão e prevalecerão os laços espirituais que nos unem mediante a fé em Jesus Cristo.
Como é bom e proveitoso estreitar os laços familiares na verdade de Deus e no amor de Cristo! São estes laços que durarão para todo o sempre.
-Augustus Nicodemus Lopes
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