Teologia da Missão Integral e Teologia da Libertação: de onde saíram?
Por Ruy Marinho
A boa teologia deve partir da revelação de Deus. O próprio termo teologia atesta e pressupõe este fato. Como diz a Escritura:
"As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei." (Dt 29.29).
Qualquer proposição ou construção teológica, reivindicando-se verdadeira, NÃO pode ter origem, portanto, em qualquer outro lugar.
A ideia de uma teologia latino-americana, que dá ocasião à Teologia da Libertação (no catolicismo) e à Teologia da Missão Integral (no protestantismo), aponta para uma construção teológica que parte de um recorte sócio-econômico, no caso, situado no continente sul-americano. Mas, ainda que a posição teológica partisse de outro local do globo e de outra realidade social, o resultado da teologia estaria comprometido desde o início em virtude dos pressupostos empregados e do recrutamento de suas asserções hermenêuticas fundamentais, ou seja, seria errado desde o início por causa do método.
A Teologia da Missão Integral (TMI) e sua irmã católica, a Teologia da Libertação (TL) são sistemas construídos sobre premissas marxistas, conforme testemunha, em alto e bom som, o maior representante atual da TMI no Brasil, Ariovaldo Ramos, him self [1]. Elas pressupõem [o que julgam ser] disfunções sócio-econômicas como o seu referencial teórico e, a partir dele, orientam a reflexão teológica resultando em um sistema que:
• Adota uma cosmovisão flagrantemente antibíblica - o marxismo - como lente interpretativa;
• Entende "justiça social" como a redistribuição coercitiva de renda;
• Posiciona o Estado como o agente de caridade;
• Direciona conclusões originadas na ideia marxista de luta de classes;
• Expande a ideia de luta de classes para confrontos em outras instituições, como a família;
• Coloca-se favorável a modelos de governo irrefutavelmente corruptos, totalitários, ditatoriais, imorais, ladrões, sanguinários e perseguidores oficiais de cristãos;
• Defende abertamente o comunismo tanto pela declarada afeição aos referidos governos quanto pelo alinhamento ideológico e pessoal a ditadores de esquerda.
Diante disso, tanto a TMI quanto a TL são abominações. Com efeito, não deveriam sequer ser chamadas de teologias: suas estruturas doutrinais não partem da revelação de Deus, mas de outro ponto. A TMI e a TL são, assim, anomalias.
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Notas:
1. Ariovaldo Ramos e a Base Marxista da Teologia da Missão Integral. Disponível em: <https://m.youtube.com/watch?v=EC7onU_jSWA&feature=youtu.be>. Acesso em: 21.04.2016.
Fonte:https://bereianos.blogspot.com.br/2016/04/teologia-da-missao-integral-e-teologia.html
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QUAL O PRINCIPAL PROBLEMA DA TEOLOGIA DA MISSÃO INTEGRAL?
Por Gutierres Fernandes Siqueira
A práxis. Isso mesmo. A Teologia da Missão Integral desenvolvida na América Latina é o um discurso longe da prática. É a teologia cuja assistência e visão vem de fora; é alheio. É a pobreza vista com olhar caridoso de cima para baixo. Eis o ponto que quero destacar: na Teologia da Missão Integral não há vivência real com os pobres.
Não estou escrevendo que expoentes dessa teologia não façam trabalhos sociais, pois a questão não é exatamente essa. Mas é necessário entender que uma teologia dos pobres resumida ao assistencialismo é superficial. Uma teologia que realmente convivesse com os pobres entenderia a cosmovisão da periferia e não o que as ideologias e doutrinas sociais interpretam sobre o subúrbio. Assim, a TMI peca justamente por não conviver com os pobres. Ela vai aos pobres apenas com olhos de hermeneutas afetados pelas ciências sociais.
Ora, viver entre os pobres não é trazer o olhar terceirizado da sociologia ideologizada. É realmente entender os anseios espirituais e materiais do desvalido. É mergulhar na visão de mundo da periferia. Não é aparecer na favela na campanha do agasalho, mas conviver intensamente com o favelado que pode ser, talvez, o faxineiro do prédio da faculdade.
Talvez falte ao teólogo da Missão Integral uma boa conversa com o porteiro do prédio onde ele mora. Ou talvez com sua empregada. Ou quem sabe um bom bate-papo numa padaria do Largo Treze ou Itaim Paulista. Não, por favor, não ajudará em nada a entender o mais carente numa conversa com seu amigo de mestrado no Starbucks mais próximo. Não é uma ironia. O teólogo da Missão Integral conversa muito com os intérpretes da pobreza e esquecem de perguntar a opinião da “tia” da faxina.
Com uma conversa dessas o teólogo da Missão Integral aprenderá muito sobre o pobre. Verá que o pobre valoriza a meritocracia, é empreendedor, não tolera a preguiça, detesta a impunidade, não olha o consumo como demoníaco, mas apenas como o primeiro estágio da ascensão social. E verá, também, que ao contrário dos ideólogos, o pobre não glamoriza a pobreza. Ele não quer o filho como rapper ou pagodeiro, mas como médico ou engenheiro. O pobre sonha com o fim da pobreza. Além disso, o morador da periferia não enxerga arte na arquitetura das casas sem reboco e, também, sonha com um bairro igual ou melhor do que os ambientes mais nobres da cidade.
Qual o sonho do pobre? Deixar de ser pobre. Simples assim. Entretanto, há muitos teólogos da Missão Integral que olham o pobre como um objeto antropológico que deve ser inerte aos desejos do capital. Ou seja, uma simples conversa com a empregada- que provavelmente deve ser membro de alguma igreja pentecostal- abalaria muitas convicções desses expoentes. Não sabem de nada, inocentes!
Fonte: Blog Teologia Pentecostal.
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