Considerando a revelação de Deus por que Deus criou as famílias? Uma resposta óbvia para esta pergunta é que as famílias existem para cumprir o propósito de multiplicarem as pessoas e encherem a terra. Foi isso queDeus ordenou a Adão e Eva, no princípio: “Multiplicai-vos, enchei a terra” (Gn 1.28).Mas essa não é uma resposta suficiente, porque Deus poderiater criado os seres humanos com a capacidade de se reproduziremcomo os vermes da terra. Ele poderia ter pulado a infância e ter evitado toda a idéia de um casamento que dura pelo resto da vida,bem como os anos de infância e de criação dos filhos. Então, por queDeus criou e ordenou que homem e mulher se casassem, para teremfilhos pequenos e frágeis e passarem anos e anos criando esses filhosem relacionamentos familiares? (Estou admitindo que lares de paissozinhos são famílias, assim como corpos são corpos mesmo quandoperdem um membro.) Oferecemos seis razões bíblicas que explicam por que Deus fezas coisas à sua maneira.
1. Deus criou o homem e a mulher de modo que o gozo deleschegasse à plenitude por compartilharem o dom da vida, não por viverem isolados. “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18).O casamento é o instrumento mais básico de estender e expandiro gozo de Deus no bem do próximo, mas as pessoas solteiras tambémexperimentam isso, em amizades preciosas e na vida do corpo deCristo. Precisamos tanto disso, que criancinhas sem famílias se tornamautistas.
2. Deus criou o casamento como um anúncio do relacionamentoentre Cristo e a igreja. “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se uneà sua mulher, tornando-se os dois uma só carne... Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja” (Gn 2.24; Ef 5.32). Esta é a razão mais profunda por que Deus odeia o divórcio (Ml2.16). Votos de casamento rompidos deformam o retrato do indestrutível amor de Cristo por sua noiva, a igreja (Ef 5.25).
3. Deus criou a paternidade para revelar aos filhos e a todos nós a paternidade dEle mesmo, bem como o seu poderoso e amávelcuidado. “É para disciplina que perseverais (Deus vos trata comofilhos); pois que filho há que o pai não corrige?” (Hb 12.7).
Deus é revelado nas Escrituras principalmente como pai e, em grau menor, como mãe, porque, conforme eu penso, Ele tenciona ressaltar sua autoridade e poder orientador, protetor e supridor. Numafamília que tem pai e mãe, Deus chama os pais a cumprirem estaresponsabilidade especial. As mães equilibram e complementam estaresponsabilidade, de muitas maneiras, em especial com o calor, ternurae cuidado exclusivos das mulheres, os quais constituem seu própriovigor. Famílias existem para revelar Deus aos filhos.
4. Deus criou famílias com pais e bebês que têm de crescer
para que os pais e todos nós pudéssemos aprender que a fé é semelhante a tornar-se uma criança. “Em verdade vos digo que, se nãovos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” (Mt 18.3-4).
As famílias revelam não somente como Deus se relacionaconosco na amável provisão, autoridade, força e orientação dos pais, mas também como devemos nos relacionar com Ele na dependência feliz e completa que uma criancinha demonstra para com seus pais.
5. Deus estabeleceu as famílias para que estas transmitam averdade dEle e a nossa fé, de uma geração para outra. “Vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6.4). “Ordenou a nossos pais que os transmitissem a seus filhos, a fim de que a nova geração os conhecesse,filhos que ainda hão de nascer se levantassem e por sua vez os referissem aos seus descendentes; para que pusessem em Deus asua confiança” (Sl 78.5-7).
6. Deus criou as famílias para revelar a maneira como os membros
da igreja devem se relacionar uns com os outros, ou seja, como uma família de irmãos, irmãs, mães e pais. “Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza” (1 Tm 5.1-2). Paulo chamava constantemente os outros crentes de “irmãos” e “irmãs”. No reino vindouro, não haverá casamentos ou geração de filhos. “Porque, na ressurreição, nem casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos no céu” (Mt 22.30). A família, como a conhecemos agora, será mudada. Mas, no tempo presente, ela existe para revelar Deus ao mundo e elucidar relacionamentos no corpo de Cristo que permanecerão para sempre.
Por Jhon Piper
#FéReformadaPuritana
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